Quero neste artigo, conversar com o meu povo sobre cultura popular e, principalmente focalizar minha escrita para o mês de junho que está findando.
Sempre que tenho tempo converso com meus alunos sobre a importância do mês de junho e afirmo também que para mim é um dos meses mais animados do calendário cristão.
Com isso, quero apenas me direcionar para alguns fatos que marcaram minha infância e parte de minha juventude. Lembro que na minha infância, meu pai Osvaldo do Nascimento, conhecido por Vavá, todos os anos convidava brincadeiras juninas em nossa casa no Bairro do Porto Grande. Ali a vizinhança chegava para apreciar as brincadeiras tradicionais que vinham do interior de nosso município, tais como: cordões de pássaros, boi-bumbá e quadrilhas juninas.
Era uma alegria total ver o sorriso estampado no rosto das pessoas que sem um poder aquisitivo para pagar as brincadeiras, corriam logo para nossa casa para assistirem as manifestações culturais.
O tempo foi passando e de acordo com os ensinamentos dos mais velhos, o bom aprendizado foi ficando. Aprendi desde cedo a valorizar nossa cultura popular. E o meu maior incentivador foi o meu pai Osvaldo do Nascimento que tirava seu tempo precioso para contribuir com o crescimento cultural de nossa cidade, criando dramas, peças teatrais, toadas, histórias, etc.
Mas, meu foco de análise está centrado numa concepção de que a cultura popular precisa ser incentivada nas escolas, nos centros comunitários, nas igrejas ou em qualquer lugar. O incentivo deve partir por parte daqueles que gostam desse tipo de cultura.
A privatização da cultura popular não pode acontecer, por que se isso acontecer teremos parte de nossa história cultural se acabando. A cultura não pode ser privilégio de alguns, tem que ser para todos.
Nossas crianças, nossos jovens e nossos adultos ficarão agradecidos se um dia a cultura popular se popularizar de fato nos bairros, nas praças de nossa cidade e não apenas em uma. Está na hora de revermos conceitos sobre a política municipal e estadual de incentivo a cultura popular.
Não a privatização da cultura! Sim para a popularização de nossa cultura que é tão rica e pouca explorada por nossas autoridades.
*CARLOS OTÁVIO F. DO NASCIMENTO – Bacharel e Licenciado Pleno em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Pará(UFPA) e Professor de Sociologia da Escola Dr. Miguel de Santa Brígida em Salinópolis.